quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Faz frio.

 É nesses dias, meia nos pés, leite quente. Até me lembro do que falávamos aquela noite, inverno, ar frio, coração quente. Criança não tem mesmo medo de errar, olhos tão fixos, pareciam rochas imóveis, vapor tão quente como vulcão, o que importa, é o que está no ar. Éramos jovens demais, mais quem se importa? Ignorância daquele que aprisiona o sentimento a dogmas e regras tolas, não vê a pureza, tão pouco a percebe, cego de sentidos, cego por ser cego.
Maçãs verdes também caem do pé, e não há pele que não fique a flor ao toque daquilo que é o seu destino, era o paraíso e o abismo, tão próximos quanto o céu e a terra.
Nunca pensei que fosse ser assim, posso jurar que não. As vezes acredito em outras vidas, algumas coisas não tem explicação, tão pouco razão concreta de si, é estranho demais. Como pode ser tão novo e tão velho? Queria mesmo ouvir, mesmo que das estrelas, mesmo que daquela que só brilha quando estamos embaixo dela. Queria mesmo ouvir.
Você diz sempre que está bem, e vendo bem, eu sempre digo o mesmo, as vezes minto, mais acho que você também. Não acho que seja pecado. Pecado mesmo é ser alvo de o próprio ser, gatilho na própria testa, isso sim é pecado. Pecado é a ordem dos planetas, alterando cada dia, para que um outro aconteça, pecado é o tempo, e o tempo pecou demais, errou demais. Como pode um pai não ser gentil com o próprio filho? Isso sim é pecado.
Agora é o antes, e sempre soubemos disso, mesmo que sem saber, eu sei. Sem pressa, sem amarra, sem medo, sem dor, tão pouco pudor. Não é uma questão de jogar para o alto, nem de voltar ao primeiro ponto, nunca foi. É questão de ser livre, e isso sempre fomos, sempre vamos ser.


João Paulo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário